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O QUE QUEREM AS MULHERES?

    “A grande pergunta que nunca foi respondida, e que ainda não consegui responder, apesar de meus trinta anos de pesquisa sobre a alma feminina, é: o que quer uma mulher?”

                                                             (Sigmund Freud, pai da Psicanálise)

    A sexóloga canadense Meredith Chivers realizou um interessante estudo sobre o desejo sexual feminino. E os resultados que encontrou foram muito surpreendentes.

    sexóloga Meredith Chivers
    sexóloga Meredith Chivers

    Para conduzir o experimento, Meredith utilizou um pletismógrafo.

    O pletismógrafo é um aparelho que comumente é utilizado no estudo de doenças pulmonares. Porém há também o pletismógrafo peniano, utilizado no diagnóstico da impotência sexual, e o vaginal.

    Na pletismografia vaginal, um pequeno tubo é inserido no órgão genital feminino. O instrumento irá medir o fluxo sanguíneo no local. Quando a mulher se excita, há um maior fluxo de sangue em seu órgão sexual.

    pletismógrafo vaginal
    pletismógrafo vaginal

    Meredith recrutou vários voluntários, homens e mulheres, para a pioneira pesquisa. Foram mostrados vários vídeos eróticos para estas pessoas. Elas deveriam anotar o grau de excitação que sentiam ao ver cada cena – enquanto isto, o pletismógrafo registrava a variação de fluxo sanguíneo em seus pênis e vaginas.

    Os homens heterossexuais disseram que ficaram excitados com cenas em que havia mulheres – especialmente se fossem duas mulheres transando. O pletismógrafo confirmou o relato deles.

    As mulheres heterossexuais se declararam excitadas, basicamente, com cenas de sexo convencional. Entretanto, o pletismógrafo mostrou, no caso delas, uma realidade bem diferente: ele “apitou” com quase tudo o que elas viram!

    Com cenas de mulher com mulher, homem com homem e até com macacos transando!

    bonobos copulando
    bonobos copulando

    Obviamente, houve variação de intensidade – certas cenas aumentaram mais o fluxo sanguíneo vaginal do que outras. Mas a verdade é que praticamente todo tipo de cena sexual causou, nas mulheres, no mínimo alguma excitação vaginal.

    Mas por que as mulheres negaram ter ficado excitadas com estas cenas? A resposta mais óbvia é a repressão social à sexualidade feminina. Embora atualmente isto venha mudando, as mulheres são treinadas para parecer que não gostam de sexo – e menos ainda de sexo não convencional.

    A pesquisadora Terri Fisher demonstrou isto em um estudo engenhoso. Homens e mulheres voluntários responderam a um questionário sobre comportamento sexual. Para os primeiros voluntários foi dito que as respostas seriam confidenciais. Para os próximos, que deveriam entregar as respostas a alguém que os aguardava de fora da sala. E, para os últimos, foi dito que, após completarem o questionário, eles seriam submetidos a um polígrafo (detector de mentiras) – na verdade, não seriam, mas isto foi dito a eles antes de responderem à pesquisa.

    As respostas dos homens eram muito semelhantes, independentemente do grupo em que estavam.

    As respostas das mulheres mudaram bastante!

    Um exemplo. As mulheres que teriam de entregar o questionário preenchido para alguém, disseram que quase nunca se masturbavam. Às quais foi dito que as respostas seriam confidenciais disseram que se masturbavam com alguma frequência. Mas as que acharam que seriam submetidas ao detector de mentiras afirmaram que se masturbavam com uma frequência muito maior – afinal, não adiantaria mentir no questionário, já que seriam desmascaradas no aparelho.

    Outro exemplo. Quando se perguntou o número de parceiros sexuais durante toda a vida, a resposta das mulheres que supostamente passariam pelo detector de mentiras foi três vezes maior do que as que teriam que entregar o questionário a alguém! Na verdade, o número respondido por estas mulheres era até maior do que o revelado pelos homens de mesma idade.

    Mas Meredith Chivers não acredita que as mulheres do seu estudo, com o pletismógrafo vaginal, estivessem simplesmente mentindo. Talvez elas nem percebessem que estavam excitadas com homens transando com homens. Talvez a negação do desejo feminino seja ainda mais forte, talvez seja um processo inconsciente.

    Talvez as mulheres não se excitem mesmo, pelo menos não conscientemente, ao verem macacos copulando!

    Meredith aponta que excitar-se com algo não é querer realizar este algo. Ainda bem!

    Meredith continuou suas pesquisas. Agora mulheres tinham de escutar histórias eróticas. Novamente, com um pletismógrafo colocado em suas vaginas, enquanto deveriam quantificar o desejo sentido.

    Um dos áudios eróticos era uma história que envolvia o parceiro atual da mulher. Outro, pessoas próximas, como um colega – ou uma colega – de trabalho. Por fim, uma história envolvia um homem – ou uma mulher – desconhecido(a).

    Novamente, houve uma enorme diferença entre o que elas declaram sentir e o que o pletismógrafo registrou. Elas se disseram excitadas com histórias envolvendo homens – e que o que menos as excitou foi a narrativa que tinha como personagem um homem desconhecido. O pletismógrafo contou outra história…

    Quando escutavam a história que envolvia algum amigo, o aparelho não registrou quase nenhuma reação. Na história que envolvia o parceiro atual destas mulheres, o pletismógrafo registrou alguma excitação. Contudo, quando a história envolvia um homem desconhecido, o aparelho “apitou” alto!  

    A esta altura já não surpreenderá a ninguém saber que o pletismógrafo também registrou uma elevação do fluxo sanguíneo vaginal quando elas escutaram histórias que envolviam uma amiga próxima – e o dobro da intensidade da reação foi observado quando a narrativa era com uma mulher desconhecida.

    “Mulheres querem segurança, intimidade, conexão”, diz a sociedade. O pletismógrafo diz que talvez elas queiram outra coisa. Talvez queiram muito mais. Talvez elas queiram tudo!

    EBOOK “O QUE QUEREM AS MULHERES?”

    Este texto faz parte do ebook “O que querem as mulheres?”

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