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O FUTURO DO AMOR

    CAP. 16 – SEXO FUTURO (Amor lento e avance para o passado)

              Podemos triunfar sobre nossas predisposições. Porém os padrões naturais prevalecem em todo o globo. A cultura pode, entretanto, afetar coisas como o número de pessoas que traem ou se divorciam.

    – Mulheres trabalhando

              Urbanismo, secularismo e migração são associados com aumento da taxa de divórcios.

              Porém o fator que realmente explica a elevada taxa atual em boa parte do mundo se resume em duas palavras: mulheres trabalhando.

              Dois terços dos divórcios são solicitados por mulheres.

    – A estrada para o divórcio moderno

              Com a RI, as mulheres começaram a ter seu próprio dinheiro – e as taxas de divórcio começaram a aumentar.

              Porém houve um contra-movimento. “Lugar de mulher é dentro de casa.” Em 1900, nos EUA, apenas 20% da força de trabalho era composta por mulheres – e a maioria delas imigrantes, jovens, solteiras.

              Porém, lentamente, cada vez mais mulheres casadas trabalhavam.

              A década de 1950, entretanto, de prosperidade econômica, trouxe as esposas de volta ao lar. As boas mães passaram a ser incentivadas.

    – Belezas adormecidas

              Na década de 60, entretanto, o rumo mudaria novamente.

              Estas mulheres não queriam carreira, muitas delas. Apenas uma renda extra para comprar luxos.

              Veio a pílula, o Maio de 68, o movimento feminista…

              Entre 1960 e 1983 o número de mulheres trabalhando dobrou. Entre 1966 e 1976 também dobrou o número de divórcios. Em 1981, atingiu o pico histórico.

              Hoje está estável entre 41 a quase 50%.

    – Através do espelho da pré-história

              De certa maneira, estamos voltando ao passado. Caçamos e coletamos em supermercados; homens e mulheres trabalham etc. etc. etc.

              A necessidade do casamento eterno se foi, a da virgindade também. “Honrar o marido” é passado.

              E o mais profundo impulso do passado a retornar é o do casamento por amor.

              Atualmente apenas 14% dos americanos se casam por segurança financeira. 86% querem “alguém com quem dividir a vida”.

              54% dos americanos acreditam em amor à primeira vista; 89% acham que um casamento pode durar para sempre.

              Voltaire disse: “O casamento é a única aventura disponível aos covardes.”

              E continuamos a casar. Projeta-se que até os 40 anos 84% dos americanos tenham casado ao menos uma vez.

              Um estudo sobre 190 sociedades CC, 88% dos primeiros casamentos eram arranjados. Casamentos frágeis. O segundo casamento era por amor.

    – Solteiros na América

              A autora é conselheira científica do Match.com.

              Pesquisa anualmente solteiros.

              A maioria diz que se casaria com alguém de etnia ou religião diferente.

              A maioria aprova casamento entre pessoas do mesmo sexo.

              A maioria diz não se importar com o número de parceiros anterior do seu match.

              Entretanto, a maioria quer algo “sério”. Não aprovam relações abertas ou mesmo casais dormindo em casas separadas. O adultério é fortemente reprovado, por qualquer razão.

              Muitos se engajarão em relacionamentos sérios, porém não em casamentos formais – o que a autora chama de “amor devagar”.

    – Amor devagar

              A maioria dos americanos já teve um “encontro de uma noite”, “hooking up”.

              E ao contrário do que se possa pensar, pessoas na faixa dos 40 estão tendo mais sexo com mais parceiros do que aquelas na faixa dos 20,  segundo pesquisa feita pelos sociólogos Monto e Carey. Na pesquisa da autora, as pessoas na faixa dos 60 também estão tão ativas quanto as na casa dos 20.

    – Transando… por amor?

              Uma pesquisa mostrou que metade das pessoas que se envolveram em hookups recentemente disseram que esperavam que aquilo se transformasse em um romance. E, de fato, biologicamente, gatilhos podem ser disparados.

              33% dos pesquisados pela autora iniciaram um romance após uma noite de sexo casual.

    – Comprometimento leve

              A maioria dos estudados já teve um “amigo com benefícios”. Nada diferente do que fazem, por exemplo, os chimps.

              Quase metade disse que um “amigo” assim acabou se tornando um namoro.

    – Casamentos-teste

              Em 1966, em um artigo famoso, Margaret Mead propôs o casamento em dois passos. No primeiro, sem planos de filhos, sem comprometimento de longo prazo e sem consequências econômicas. Então, se decidem ter filhos, a coisa ficaria mais séria.

              Viver junto emergiu nos anos 70. Era um escândalo, hoje é rotina. Em 2012, mais da metade dos pesquisados pela autora já havia feito isto. Mas a maioria dos americanos ainda pensa que isto é apenas um passo.

              36% dos solteiros gostariam de um acordo pré-nupcial. Entre os CC, cada um leva suas coisas após uma separação.

              Em 2012, a autora fez um estudo com casados.

              “Você se casaria novamente com a mesma pessoa?” 81% disse “sim”. E cerca de ¾ disse que ainda amavam muito o parceiro. A única coisa que invejavam dos solteiros era ter uma “agenda” própria.

              Outra pesquisa encontrou resultados semelhantes – sem distinção de classe social ou mesmo de tempo da relação.

              Uma pesquisa em quinze países encontrou resultados semelhantes. Talvez porque o casamento agora seja mais bem pensado; os que irão dar errado acabam antes de começar.

    – Ilusões positivas

              Um estudo feito pela psicóloga Mona Xu com imagens cerebrais em pessoas recentemente apaixonadas e acompanhadas quatro anos depois, mostrou diferenças entre os casais que permaneceram ou se separaram.

              Os que ainda amavam mostravam atividade em áreas que suspendem o julgamento negativo e super-avaliam o parceiro.

              Os casais que estavam há anos juntos, estudados pela autora, mostravam atividade em áreas de empatia e controle das emoções.

    – “Big data” no amor

              A maior parte dos primeiros encontros, atualmente, se dá através da tecnologia.

              Mas eles não são sites de encontro – são sites de introdução a um parceiro em potencial. O verdadeiro algoritmo está em nossos cérebros.

    – A era da transparência

              Cerca de 33% das pessoas nos EUA já enviou foto sensual/ metade já recebeu. Cerca de ¼ de quem recebeu já compartilhou. Apesar disto, a grande maioria das pessoas diz saber que enviar pode ser perigoso.

    – Pesquisando um encontro… como nos velhos tempos

               Como antigamente, buscamos saber sobre a vida da pessoa – no Facebook etc.

              Metade das pessoas diz que não se relacionaria com quem “se esconde”.

    – Mulheres sexy

              Talvez finalmente possamos admitir que as mulheres são tão sexuais quanto os homens.

              Em 72 de 93 sociedades tradicionais homens e mulheres demonstraram igual drive sexual.

              Orangotangos cativos machos tendem a dormir após o sexo. A fêmea o importuna para ficar acordado para uma segunda rodada.

              Os homens pensam mais em sexo e parecem mais engajados em buscar. Entretanto, a sexualidade feminina é mais intensa. Além disto, parecem se preocupar mais com os “arredores” (contexto, preliminares etc.) do que os homens.

              As mulheres, entretanto, têm de ser seletivas.

              Na pesquisa com solteiros, as mulheres estabelecem que o parceiro precisa ganhar no mínimo o mesmo que elas com mais frequência do que os homens dizem o mesmo. Também são mais seletivas em termos educacionais, de mesmas ideias políticas, raça etc.

              E exigem mais ter conta separada, noite com as amigas etc.

              Quando as mulheres têm sua independência financeira, acesso à contracepção etc. elas expressam a sua libido natural.

    – O novo homem pré-histórico

              A autora acredita que, com o tempo, iremos perceber que os homens são tão românticos quanto as mulheres. O estudo de FMRI mostrou, em casais recentes, atividade cerebral igual em homens e mulheres.

              Mesmo nos sites de encontros, poucos buscam apenas por sexo.

              Os homens se apaixonam mais rapidamente e mais frequentemente do que as mulheres.

              Os homens são mais ansiosos para apresentar a nova namorada e para viver juntos.

              Após uma separação, o risco de suicídio é 2,5 X maior entre homens.

              Entretanto, 36% dos homens (e 29% das mulheres) disseram que poderiam se casar com uma pessoa que fosse tudo o que eles queriam, mas que eles não fossem apaixonados.

    – Amor sênior

              Entre os mais velhos, a resposta para a questão anterior foi menor. Eles ainda querem o amor.

    – Amor gay

              Homero, na Ilíada, disse que o amor era uma “mágica para fazer o homem mais são ficar louco”.          

              Cerca de 40% dos homossexuais querem se casar.

    – Indo sozinho

              Cerca de 50% dos americanos são solteiros. E boa parte mora sozinho.

              Isto é uma novidade, se formos pensar nos CC. Porém as relações fisicamente próximas foram substituídas pela tecnologia.

              Porém agora, mais do que o parentesco, as relações são por afinidade.

    – O entorpecente do mundo?

              Antidepressivos que aumentam serotonina diminuem a atividade de dopamina. E isto pode impedir o amor, é a hipótese da autora, que após expor a ideia começou a receber relatos.

              Um psiquiatra estima que 75% das pessoas em antidepressivos não precisam deles.

    – Poção do amor n. 9

              Nada impede, por outro lado, o surgimento de um medicamento que faça as pessoas se apaixonarem.

    – Sexo do futuro

               A família está ameaçada? Não. O antropologista Paul Bohannan disse que é a mais adaptável de todas as instituições humanas.

              O casamento está acabando. Mas o nosso impulso para o amor, não.