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AS ORIGENS DO MACHISMO

    CAP. 15 – “ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE” (Nascimento do padrão sexual duplo)

              Com o fim da era glacial, as florestas voltaram a prosperar.

              Apareciam os primeiros agricultores.

              A arqueologista Susan Gregg caluculou detalhadamente como seria a vida no período. Concluiu que deveriam plantar trigo na primavera e empregar forrageadores locais para ajudar na colheita – em troca de carne. Depois, para cortar a grama – em troca de leite. Os campos vazios que deixavam depois eram bons para atrair animais para os caçadores.

    – A gentrificação da Europa

              A agricultura surge há 10 mil anos no Oriente Médio.

    – O arado

              Nenhuma ferramenta mudou tanto a história do amor e dos gêneros como o arado.

              Por volta de 6 mil a. C. surgiu um precursor. Por volta de 3 mil a. C. o arado já era amplamente utilizado.

              Até então, havia a enxada. Onde ela era/é utilizada, a mulher cultiva e tem poder relativo.

    – Honrar o marido

              A primeira evidência da subjugação feminina vem de códigos legais da Mesopotâmia, de cerca de 1780 a. C. As mulheres são descritas como posses. Uma mulher poderia morrer por fornicar. Um homem seria punido se mexesse com mulher casada, apenas. Se uma mulher não tivesse filhos, poderia ser largada.

              Na Índia agrária, uma esposa honrada deveria se jogar na pira funerária do marido morto.

              Na China os pés das meninas eram constritos desde os quatro anos. Mal podia andar sem sentir dor quando adulta, muito menos correr do marido.

              Entre os germânicos que invadiram Roma, mulheres podiam ser compradas e vendidas.

              No novo Testamento: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor.”

              Claro, em algumas sociedades sem arado a mulher também era submissa, mas não havia um padrão duplo tão óbvio, não eram posses tão claras.

              Nem em todas as sociedades do arado as mulheres eram tão subjugadas. Além disto, classe social, idade etc. afetavam a posiçãoo de uma mulher em qualquer local.

              Hatshepsut, por exemplo, dominou o Egito no século XV a. C.

              As cortesãs gregas eram educadas e muito independentes. Algumas mulheres entraram para a política, em Roma. Etc.

              Além disto, sempre existiu o poder informal.

              Dito tudo isto, as mulheres eram, de modo geral, cidadãs de segunda classe.

              A mulher de um fazendeiro deveria cuidar do jardim ou ficar em casa cuidando das crianças e do lar.

              O como isto aconteceu é debatido há muito tempo. Talvez muitos fatores estejam envolvidos.

    – Infiltrando desigualdade

              A vasta maioria dos CC são relativamente igualitários.

    – Monogamia permanente

              A monogamia não surge com a agricultura. Talvez, milhões de anos atrás. Contudo, a monogamia permanente torna-se a regra com o sedentarismo.

              Homens e mulheres estavam presos a suas casas.

              Agora dependíamos do trigo etc. e não das coletas femininas. O homem assumiu o controle dos recursos.

    – Grandes homens

              Entre os CC, não havia rankeamento formal. Já entre os agricultores, surge, surgem os homens poderosos. A testosterona pôde agir.

              Já há 15 mil anos na Europa, túmulos com muito mais oferendas.

               Um estudo com 350 mulheres expostas a altos níveis de testosterona quando ainda no útero, eram menos propensas a casar, menos filhos, posições de trabalho masculinas etc.

              Mulheres em trabalhos mais masculinos têm mais testosterona.

              Normalmente, homens jovens têm sete vezes mais do que mulheres.

    – Warfare

              As guerras surgem como fator final. Guerreiros defensores tornam-se importantes. Homens.

    – Paraíso perdido

              “De todas as mudanças sociais que a vida no campo trouxe, a ais dramática foi sobre os nossos padrões de divórcio.”

    – Até que a morte nos separe

              As taxas de divórcio em nosso passado agrário eram muito baixas. Apenas quando cidades maiores floresceram e surgiram mulheres ricas (por herança) começamos a ver as mulheres podendo abandonar seus maridos.

              Durante o feudalismo, o casamento continuava a ser a única maneira de a maioria dos homens e mulheres “terem” algum solo (na verdade, pertencia ao senhor feudal) e poderem passá-lo a seus filhos. Em alguns casos o divórcio era permitido – mas o re-casamento, não.

              O que a economia impôs, a igreja sacramentou. Agostinho é reconhecido como o primeiro líder cristão a dizer que o casamento era um sacramento sagrado. O divórcio se tornaria, com o tempo, impossível, para os cristãos.

              Com o crescimento das cidades nos séculos 10 e 11, muitas mulheres começaram a trabalhar, como artesãs etc. – porém geralmente ao lado de seus maridos.

              Com a Reforma, para os protestantes o casamento se tornou mais um contrato civil do que um sacramento. As mulheres poderiam obter um divórcio, legalmente. Entretanto, a dependência econômica manteve as taxas de divórcio, em geral, baixas.

              A Revolução Industrial mudaria muita coisa.